sábado, 18 de fevereiro de 2017

Carnaval - Lançamento livro "As Primas Sapecas do Samba" com Enoli Lara

Carnaval! As Primas Sapecas do Samba!


Festa Profana
Genitália Desnuda

"Desci do Olimpo para o altar da Catedral do samba.Na procissão bacante, na Festa profana ,Afrodite veio vestida pela divina luz do luar, fantasiada de amor, orgasmando em êxtases-físico, mental e espiritual.Provocara o interdito no espaço bendito em tempo inaudito.
Vigoroso e devasso ,Deus Dionísio reencarnou no "Rei de Roma" ,monarca seduzido por Afrodite, que, plasmada em desejo e luxúria , incorpora-se ao meu indomável ser.
No templo sacro profano proibiram o deus cristão. Contudo a deusa pagã se exibiria  em explícita fantasia bacante.
Cumplicidade na arte e no prazer, a humanidade salivou e copulou escopofilicamente, amor e sexo foram vivenciados em miríades de manifestações de euforia libidinosa.
Imantados pela energia da Deusa Afrodite, seriam todos iniciados no erotismo, feitos discípulos do gozo solene, sacerdotes e sacerdotisas do prazer divino e eterno.
Eu, como uma mênade, gozara a multiplicidade de toques ,de formas, de êxtases.
Na Avenida, sentia-me como um totem espargindo energia sexual, vibrações e emanações amorosas na orgia sacro profana.
Exibi a Genitália Desnuda, fui um divisor  de águas no Carnaval, assim como Moisés no Mar Vermelho,abrindo passagem para a liberdade e a ousadia, passarem em triunfo.
Fui o interdito, a bandeira libertária, o despudor que gerou o pudor. Virei um mito, uma lenda, uma legenda, um eterno símbolo sexual.
Detenho o DNA , o pátrio poder da Genitália Desnuda. Sou peça única, irreproduzível.
Hoje nominada e batizada pelo mestre e predador intelectual, cúmplice do futebol e do carnaval Fabio Fabato, como  "Patente da Genitália Desnuda", gravei meu nome.
"Meu passado não me condena e minha nudez não foi castigada."
Sou dessa família de mulheres que inventam outro mundo, que não se amansam.
Sou a índia das vergonhas cerradas , como a que caminha narrou, e também a Leila Diniz, Elvira Pagã.Sou a continuidade da saga de Luz Del Fuego, todas rainhas do Carnaval.
Para a cultura do Éden Tupiniquim , as primas sapecas do carnaval  esbanjam brejeirice , dengo, malícia, sedução e encantamento.
É mantra imperioso evocar e invocar a trindade, a tríade, a trilogia, no meu caso, futebol, samba e carnaval (combinando com sexo) os três êxtases , as três primas sapecas do Carnaval , e as três cores da minha idolatrada  e amada União da Ilha, o vermelho da paixão, o azul do infinito prazer e o branco, da paz, da "trégua de Deus!"
Posfácio -Enoli Lara   "As Primas Sapecas do Samba"

Organizador Fábio Fabato autores: Eugenio Leal, Anderson Baltar e Vicente Datolli
Ilustrações- Leonardo Bora
Web Site:www.editoranovaterra.com.br
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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Festa Profana Making of

" FESTA PROFANA - Making of "

"Carnaval de 1989" 

 "Entre todos estes que hoje vieram não veio mais que uma mulher, moça a qual esteve sempre à missa e a quem deram um pano com que se cobrisse.Puseram-lho em volta dela.Todavia ao sentar-se não se lembrava de o estender muito para se cobrir. Assim , Senhor, a inocência desta gente é tal que a de Adão não seria maior, com respeito ao pudor."(Carta de Pero Vaz de Caminha) 


 Essa foi a primeira transgressora no reino de Muirapuama, há 500 anos.Era a deusa Lilith reinando no Éden Tupiniquim. Eu a reencarnei na Avenida.

 Provavelmente sou a única e a mais privilegiada de todas as mulheres a viver um acontecimento marcado por cenas de erotismo coletivo. 

 No desfile de Carnaval de 1988, notabilizei-me por desfilar como uma tela , nua, pintada, representando uma fogueira voluptuosa rubro-negra crepitando no órgão sexual e lambendo o corpo todo.

 Foi o primeiro nu frontal pintado. 

 Mas a minha notoriedade , o meu pioneirismo, se consagrou no Carnaval de 1989, na mesma escola de samba, a União da Ilha do Governador, quando desfilei como Afrodite, a deusa do Amor, fazendo sexo com deus Baco, no enredo "Festa Profana", do magnífico carnavalesco Ney Ayan. O carro alegórico reproduzia um templo, e eu, no alto,trazia uma capa de musseline transparente, que me permitia uma performance em movimentos dançantes, bum abrir e fechar de braços, exibindo por segundos a nudez total. 


 A fantasia custara 5 mil dólares e era composta por uma fantástica cabeça em crinol francês preto com strass aurora boreal, uma faixa que cruzava entre os seios, no qual era preso o véu e daí nos punhos enfeitados com o mesmo material, complementada, como sempre por sandálias douradas, altíssimas. 



 Todos enlouqueciam à minha passagem, amigos, repórteres, fotógrafos, cinegrafistas, seguranças movimentavam-se desordenadamente, mas os olhares hipnotizados se mantinham fixados no meu centro gozoso. 

 Mulheres de idades diversas, umas com ar tímido, outras maliciosamente, olhavam e intimavam seus parceiros a flagrar a olhos nus ou com binóculos a minha explícita e exibida zona sexual. 

 Os desfilantes próximos explodiram em pura lascívia. 

 Ao passar pelo camarote do "Rei de Roma", dancei transgressora e lubricamente, enquanto era "batizada" por ele com champanhe, aplausos e olhares comprometedores.




 Ao final do desfile fui agarrada e "salva" por vinte seguranças que pretendiam me proteger da avassaladora multidão. Fui, assim, tateada por mais de quarenta mãos , como se fosse um totem, símbolo tangível do erotismo. 

 Todos os homens estavam explicitamente excitados.Uns roçavam seus sexos rígidos sob as calças, beijavam e lambiam todo o meu corpo. 

 Fui tocada, acariciada por mãos, bocas e línguas. 

 Era como se prestassem homenagem a deusa Afrodite, que eu encarnara na Avenida. 

 Eu havia passado a tarde toda fazendo amor, e como uma deusa e também rainha , trazia em mim o gozo do rei de Roma. Extasiada, em latente volúpia , decidi desfilar toda nua.

 Celebrava-se assim o primeiro nu total do Carnaval, a minha nudez explícita, exibida sem castigo. 

 Uma reportagem publicada no dia seguinte escandalizou ao "fantasiar" que eu fora estuprada no final do desfile. 

 Esse ato não se concretizou, dessa forma.Acredito que se a polícia não tivesse chegado a tempo, poderia ter acontecido o inevitável. 

 A E.S. União da Ilha do Governador ficou entre as cinco classificadas , e exibi novamente a minha poderosa zona erógena , como veio ao mundo, só perfumada com óleos afrodisíacos, desfilando na Sapucaí, no sábado das campeãs.Pasmem, desfilei no carro da deusa Ísis, pois o carro da deus Afrodite, "Roma Pagã", sumiu e até não se soube a razão do seu desaparecimento.

 Alguns efeitos da TV fixaram para sempre a imagem da minha viciosa"esfinge devoradora".

 O insubstituível e brilhante Hans Donner, então, confidenciou-me que eu era a única mulher a ter a xoxotinha , em "adeó"( é assim que se pronuncia). 

 Era o efeito da câmera , quando se aproximava , centralizava a imagem, frisando-a dentro de um quadro, e a movimentava em slow motion, como se a lançasse para a platéia( ou para os telespectadores). 

 Hoje se usam outras formas para sinalizar personalidades e imagens das mulheres sensuais, as lúbricas bacantes do Carnaval. 

 A "Festa Profana" transformou-se num momento único de exibicionismo, em que uma mulher se permitiu experimentar e usufruir de um orgasmo divino, transcendental.

 Essa nudez, contudo, gerou a proibição do nu pelo regulamento da LIESA( Liga Independente das Escolas da Samba) "...impedir a apresentação de pessoas que estejam com a genitália à mostra, decorada e/ou pintada."Inciso 5- artigo 26- 1990) 

 Em 1990, o performático Jorge Lafond exibiu-se semi nu, com um adereço dourado no órgão sexual, num vulcão no alto de um carro alegórico no enredo"Todo Mundo Nasceu Nu, do carnavalesco Joãosinho Trinta, na E.de Samba Beija-Flor de Nilópolis. Jorge Lafond, deus Saturno Nagô, satírico, representa , por sua vez, a também proibida "Genitália decorada " da ala masculina!?

 "ENOLI LARA veio fantasiada de Afrodite na célebre apresentação da União da Ilha, em 1989. A desinibição pré-ginecológica de Enoli, aliás, foi a motivação para os cartolas do samba , cobrirem preventivamente as genitálias com o rigor do regulamento.( Jornal O GLOBO de 16 de fevereiro de 1990) 




 "A escritora e pesquisadora feminista Rose Marie Muraro acha que "a nudez na passarela é artificial e, principalmente autoritária, por alcançar apenas mulheres bonitas.Rose Marie Muraro é a favor da nudez democrática, que inclua grávidas, velhos, crianças, gordos e feios, exatamente como os índios-ou seja, de uma forma mais humana e menso repressiva.Quanto ao regulamento da Liesa não tem dúvidas: "Uns centímetros de pano a mais ou a menos não fazem diferença nenhuma neste caso.



" Em 1980, o primeiro casal Adão e Eva causou sensação na Marquês de sapucaí, durante o desfile da União da Ilha.Martha Anderson e Fernando Reski desfilaram nus em uma gaiola de vidro, no enredo "Bom, Bonito e Barato", e seria o grande trunfo reservado pela escola.Só que na última hora, por imposição dos organizadores do desfile, foram obrigados a usar um tapa-sexo em forma de folhas de parreira. 

 De lá para cá outros nus foram insinuados , até o nu total de Enoli Lara no Carnaval passado.

 É o deus Dionísio voltando." (Jornal O GLOBO " Nudez Proibida:Até isto acaba em samba- 13 de fevereiro de 1990". 

 Trilogia do Prazer a Sacerdotisa do Sexo Enoli Lara